Ultimamente, voltou-se a discutir os chamados “sanctos”. Eu acho difícil até saber por onde começar a falar deles. O tema sanctos, nazistas brasileiros e afins é de revirar estômago. Mas eles não devem ser ignorados, nem subestimados. Recentemente, criaram um site chamado “tioastolfo.com”, onde dão orientações de como estuprar, entre outras repetições dos crimes de sempre.
Algumas pessoas me perguntaram quem são os “sanctos”. Falo disso depois, mesmo porque o mais importante é a Polícia Federal estar se encarregando deles. Apenas, reitero, é política do AVfM não tolerar, rechaçar, denunciar e ajudar a denunciar violência e apologia de violência cometida por grupos ou indivíduos. Exceções, evidentemente, são a legítima defesa própria e de terceiros e o estrito cumprimento do dever legal, por exemplo.
Aqui eu vou falar de outro assunto.
Em 27 de julho, o site da Rede Record cometeu a irresponsabilidade de implicar o blogueiro Robson “Otto” Aguiar como sendo um deles. A redação não parou por aí. No dia 1º de agosto, a Record aprofundou o erro e acusou Robson Aguiar e o ex-estudante da UNESP, Cauê Felchar, de serem os criminosos por trás dos sites.
Por que? Com qual evidência? O autor anônimo da matéria não apresentou qualquer prova.
O suspeito, realmente, é Marcelo Valle Silveira Mello. Ele e seu comparsa na época, Emerson Eduardo Rodrigues, já foram presos e condenados pelos mesmos crimes anteriormente. E Marcelo tem uma rusga com Aguiar. Mas isso está sendo investigado pela Polícia Federal.
A redação da Record não sabe que acusação vazia, leviana, sem provas, também é crime?
Agora, por que eu afirmo que Cauê Felchar e Robson “Otto” Aguiar são inocentes?
Eu não tenho informação privilegiada. Não os conheço pessoalmente. E não gosto de muita coisa no blogue do Robson ou de como ele as coloca. Mas, nesse caso, isso não importa.
As evidências sugerem que Otto e Felchar são vítimas. E não é só isso.
Minha afirmação respeita um Princípio ético e jurídico Constitucional (CF/88, art 5o, inciso LVII): todos são inocentes até que se prove devidamente a culpa.
Essa ética o jornalista anônimo do site R7.com, da Record, não teve.
A ética que o jornalista não teve é importante.
Nesta reportagem da Globo e nos comentários no Blog que personifica Cauê Felchar, vê-se uma coisa muito perigosa: muitas pessoas acreditam em boatos, julgam e condenam outros antes mesmo de qualquer investigação policial.
Isso pode desembocar em consequências trágicas. Especialmente se esse tipo de jornalismo leviano se perpetua. E pelo alcance que uma possível acusação caluniosa, feita por um veículo desses, tem. Da última vez que eu chequei, a matéria irresponsável da Record já tinha sido compartilhada mais de 10 mil vezes em redes sociais como Facebook e Twitter.
Nós não precisamos de uma imprensa sensacionalista, caluniadora e difamatória. Menos ainda num país assolado por assassinatos onde mulheres, e principalmente o homem, negro e pobre, mesmo inocentes, são sujeitos a linchamentos. Nem a Polícia existe para satisfazer comoção irracional, como tantas vezes, desgraçadamente, parece acontecer.
O jornalista anônimo também é desonesto ao dizer que os sanctos agem com impunidade. A Polícia Federal já investigou, prendeu e produziu provas para a condenação deles anteriormente. Ocorre que a PF e a Justiça não existem para condenar sem registrar as devidas provas, diferentemente do jornalista. A PF não está de mãos atadas, está agindo de forma técnica e responsável, como deve. A legislação pode melhorar, mas o que “as ativistas feministas”, como o jornalista anônimo, querem é a força estatal como braço armado da sua ideologia totalitarista.
Não precisamos de “ativistas feministas” linchadores. Nem do caráter, nem das próprias pessoas. Nem na imprensa, nem na polícia, nem em qualquer outro lugar.
A única “evidência” apresentada na matéria é o criminoso ter afirmado ser Robson e Cauê. Uma prova tão sólida quanto gelatina morna. Especialmente neste caso e eu explico por que:
O sancto Marcelo Valle Silveira Mello, como já mencionei, foi condenado pelo mesmo tipo de crimes anteriormente. E o jornalista da Record parece ter cometido a façanha de desconsiderar um detalhe importante no modo de operar do criminoso:
Ele fez tudo se passando por outra pessoa.
Quando visitei o blogue supostamente criado por Felchar, vi inúmeros comentários de indignação e repúdio. Encontrei também alguns comentários apoiando os crimes. Notei que os “apoiadores” têm todos um discurso semelhante, alguns assinando como “Robson ‘Otto’ Aguiar” e “Emerson Eduardo Rodrigues” (o ex-cúmplice de Marcelo, que depois se tornou seu desafeto). Poderiam ser uma só pessoa. Fui verificar os perfis desses apoiadores. Descobri que o comentário vinha de um “tioastolfo”. E meu antivírus detectou que o “comentarista” tenta maliciosamente invadir o computador de quem quiser ver seu perfil:
A atuação dos sanctos na internet não é apenas incentivar crimes violentos, chamar atenção, gerar polêmica, comoção, insegurança e revolta. Os criminosos ou proto-criminosos também costumam se passar por outras pessoas.
Eu posso ser o próximo “criminoso”, sem ser. Qualquer um pode. Até a professora feminista Lola Aronovich, fonte citada pelo jornalista anônimo e leviano. Ela mesma já afirmou ter sido alvo de diferentes ataques deles pela Internet. Certa vez, “alguém” teria divulgado uma foto editada, como se fosse dela num contexto sexual.
Lola Aronovich não é apenas professora e ativista. Ela também pratica a fina arte de tentar demonizar os que não se submetem aos ditames da sua ideologia política. Quando jornalistas se entregam a esse ativismo abjeto, as matérias nos jornais começam a apresentar “os masculinistas” como se criminosos fossem, por exemplo. E se o jornalista não demonizá-los como ela quer, se “INFORMAR!” (em maiúsculas e com ponto de exclamação), cuidado! Protestos indignados poderão acontecer! Pelamor!
Eu defendo Direitos Humanos dos homens, então também devo ser “mascu” (segundo as “femicu”), misógino odioso e criminoso, não e? Alô, polícia!… Só que nunca.
O jornalista desonesto, do início ao fim da matéria, mostra que a professora não é só sua fonte de “informações”: Ele é seu seguidor. Nisso tem a questão “tostines”: se o jornalista é desonesto porque segue a feminista ou se segue a feminista por ser desonesto. Ou fanático, ou ambos. Pouco importa. O fato é que o seguidor superou a líder.
A professora insinua, faz sofismas, associações, implicações, escárnio. Infelizmente, esse é o baixo nível das discussões políticas atualmente. Mas, nunca vi a professora acusar alguém, pessoal e caluniosamente. Já o jornalista anônimo contou uma história cheia de desinformação, falácias e contradições como se fossem verdade jornalística e pior: acusou pessoas sem apresentar provas.
E mais. Se os sanctos usam nomes alheios como máscara, o jornalista militante usou o site de notícias da Record. Deu às inverdades que contou um alcance enorme, além da falsa impressão de credibilidade. Neste caso, entendo eu, a responsabilidade pelo texto recai sobre o Chefe de Redação e a própria Record. Mas, algumas coisas se pode dizer sobre o jornalista anônimo da Record, inclusive o seguinte.
Ele (ou ela) está ocultando provas e engavetando um furo de reportagem ou está colaborando com bandido.
Enfim, prezados Advogados: Aguiar e Felchar contra a Record podem dar uma ótima causa!
Agora, post scriptum:
Às feministas que vierem ao site pela primeira vez pela citação do nomezinho da sua correligionária. Eu sei como algumas pessoas bem-intencionadas se ofendem pessoalmente com o que nós aqui temos a dizer sobre feminismo. As críticas que eu faço ao seu movimento não são por causa da professora, do que ela diz ou como diz. Nem por causa das radfem. Ou por colegas de vocês transformarem apologia de violência e crime em hino e formação de quadrilha em show, cantando “eu vou cortar sua pica”. Nem apenas pelo seu fracasso moral ao não vocalizarem, em voz suficientemente alta, seu repúdio (se é que há) a essas e outras canalhices no seu movimento. Não é por causa de franjas, exceções ou indivíduos. Não estou tomando o todo por partes dele. É pelos fundamentos do seu movimento, os pressupostos básicos que predominam nos seus “feminismos”.
Imagem em destaque: Reprodução editada do site criminoso “tioastolfo”.
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